"you don't choose the things you believe in, they choose you."

Minority Report (2002)

viernes, mayo 25, 2007

três x quatro
extraindo da costela

pernas... duas. belas. longas, grossas, roliças e bem torneadas. de pele lisa como porcelana e suave como seda. e com pés pequenos, delicados e macios, que se contorcem de cócegas eclodindo numa gargalhada gostosa e reconfortante. seios fartos, não enormes – apenas fartos, com bicos pequenos que se estremecem enquanto os pêlos se ouriçam a um leve carinho molhado na base da orelha. glúteos arredondados, firmes e sensíveis. cintura bem modelada, um pouco atlética, mas sem perder a delicadeza. curvas bem delineadas, daquelas que faz você se perder em devaneios mil e delírios eróticos e aconchegantes. como manhãs de domingo no inverno embaixo do edredom. mãos delicadas de dedos longos e toque arrebatador. uma sensualidade latente, com toques de cuidado maternal e caras e bocas e caretas e gestos eróticos na medida certa. uma boca carnuda, mas pequenina, com uma língua sempre úmida de movimentos terapêuticos e beijo delicioso, sabor de doce de pecado com cobertura cândida de leite condensado. um respirar flutuante, hora tranqüilo, hora ofegante, que desprende dos lábios um som de prazer que faz os ouvidos se desmancharem, desmontando todos os padrões de equilíbrio do corpo. o pescoço longo e o porte elegante contrastam facilmente com seus trejeitos de moleca atrevida, divertida e sorridente. um sorriso de desmanchar qualquer dia ruim. fulgurante, entorpecente, fascinante. bom humor para enfrentar de peito aberto todas as adversidades e aquela paciência que só a paixão nos permite cultivar. um corpo lânguido de formas esguias milimetricamente construídas para me receber. abdômen sarado? não... levemente sedentário e fofinho. uma âncora na realidade, afinal, ela tem de ser perfeita, não utópica. um tanto preguiçosa, só para aumentar o charme de sua meiguice apaixonante, mas sempre bem disposta nas horas certas. um gosto incontrolável por aventuras, mas sem abrir mão de tardes de preguiça e aconchego a dois, hibernando numa cama quente. pele alva rosada e olhos brilhantes. de que cor? verdes... não! azuis... ou melhor, negros de formas amendoadas... ah, isso não importa. o olhar sim. penetrante, firme e desconcertante. daqueles que desmontam suas certezas e te faz querer mergulhar naqueles olhos e nos seus sonhos. um olhar que transmite segurança e, ao mesmo tempo, pede por proteção. desmontando todos os muros edificados à sua frente. cabelos? tanto faz. hoje em dia isso não faz diferença mesmo. todos os tons podem ser pintados de vermelho (é, eu tenho um certa queda por ruivas). personalidade forte. teimosa, geniosa, ousada, lasciva e de posições firmes. inteligente, obstinada e sincera. sem papas na língua, sem meio-termos, sem querer agradar ninguém, nunca. e sarcástica, a ironia tem de correr nas suas veias como corre nas minhas. é a sua versão feminina? talvez, qual é o problema? nunca aceitei essa estória de que os opostos se atraem. não gosto de mulheres santas, nem boazinhas demais. sempre gostei mais da Lilith do que da Eva. ela tem de desafiar meus instintos mais ferinos, não apaziguá-los. fazer meus brios responderem daquela forma que só uma mulher completa de verdade pode fazer. mas não pode ser séria. meio menina, meio mulher, sempre nas horas e intensidades adequadas. altura? ah, sei lá... qualquer coisa entre 1,60 e 1,85. pode ser mais alta que você? o quê é que tem? é só um pouquinho... nada de mais. que tal um e setenta? um pouco baixa, mas está ótimo. e o nome? ela não precisa de nomes. mas sem um nome o programa não compila. ok, tá bom. eu pensei em algo meio escandinavo, meio leste europeu, talvez russo. é isso! russo. nome de agente espiã da KGB. a partir de agora ela se chamará... Natasha. enter...

viernes, mayo 11, 2007

divagar impreciso
Cem dias

parece cocaína, mas é só tristeza...
as constantes tentativas de manter esse sorriso amarelo-pálido na minha face têm se revelado extremamente desgastantes e cada vez mais inúteis. o peso de meus pensamentos e da minha tristeza parece crescer a cada dia que passo vendo as folhas do calendário caindo e meu tempo indo embora como a areia de uma ampulheta lacrada que não pode ser reposta. o trafegar de meus instintos, até então mantidos sob controle absoluto, padece de ansiedade e medo. gerando calafrios cada vez mais intensos na minha espinha e curvando-a em direção à gravidade. as maquiagens emocionais, os disfarces casuais e as máscaras que mantenho na face parecem não surtir mais efeito e minhas dores passam a eclodir de meus olhos como lava vulcânica. queimando todos os aparelhos internos de meu corpo, mas fazendo-me sentir, apenas, cada vez mais frio. perpetuando esse meu estado cíclico de humores dispares, eu chego a um vale. profundo, seco, gelado e escuro. e procuro, mas não encontro mais forças em meus membros para tornar a subir. o fundo do poço parece ter se instalado de forma permanente em minha alma. latejando com tanta força que minha natureza transparente não consegue mais se esconder entre minhas vestes e salta de meu peito. junto com essa dor que expele meu coração para fora do tórax quando ele se abre como uma flor e deixa cair pétala por pétala de minha sanidade ao relento das calçadas de mármore que rodeiam a estrada inóspita da solidão. a confusão se dissipa de minha mente, deixando apenas o vago. uma inércia imperativa que me suga por completo. deixando apenas uma carcaça vazia de semblante apático e atitude conformista. um negativo completo de tudo aquilo que sou. um toque fúnebre com sabor de desistência, de impotência. um olhar distante que persegue o horizonte. uma inexpressão estampada na face. um desejo incômodo de que tudo fosse diferente, de que eu fosse diferente. talvez outra pessoa. sensação de cansaço e vontade de desaparecer. a lei de Murphy, quando resolve atacar, vem de todos os lados e não te deixa respirar. e parece ter o poder de amplificar as tristezas mais particulares e sugar todas as crenças, as vontades e a confiança, até te deixar sem forças para reagir. sou eu, no olho de um furação feroz e sem espaço para sair. sem rota para fugir. tentando, inutilmente, me esconder do mundo a minha volta, dentro de mim mesmo. para quando sair do casulo, poder ter de volta as verdades que minha vida perdeu.