"you don't choose the things you believe in, they choose you."

Minority Report (2002)

viernes, mayo 06, 2005

divagar impreciso
Eu, primeira pessoa do plural

Anos a fio fugindo de modelos, quebrando paradigmas e ainda assim buscando aceitação apesar de toda a teimosia. Após a constatação da invariável rejeição social por tudo aquilo que não se molda aos padrões, o abater da desistência se instalou em definitivo. Obter aceitação de um mundo capitalista sócio-classista preconceituoso e egoísta não me fará gozar em momento algum. Então foda-se. Eu não preciso ser normal. Não quero ser normal. Não tenciono enquadrar-me em protótipos pré-moldados de grupos e tribos urbanas com seus rituais e vestimentas típicas nem pretendo agregar elementos externos a minhas diversas naturezas para fazer pose. Nunca fiz parte de gangues juvenis com seus gritos de rebeldia desfocada e sua antimoda fake-underground em casca, mas capitalista em essência, e também nunca me encaixei nos bueiros high-societies burgueses com seus arquétipos de educação, falas pré-aprovadas, encontros pré-marcados, gestos pré-decorados e sorrisos decorativos. Odeio gente chique – eu não uso sapatos! E prefiro parecer estranho a ser considerado normal. Sou obscuro, obtuso, obsceno, atrevido, hiper-ativo, insolente. Misterioso, mas sincero. Translúcido, embora resguardado. Borbulhante de opiniões, com atitude contida, mas incisiva. Reluto contra os preconceitos que insistem em entrincheirarem-se em meu tutano, mas mantenho idéias pré-concebidas e discuto em contestação. Escritor anônimo, profissional autônomo. Autômato. Liberal e libertário, mas não liberto. Lutando para ser livre. Provar pra todo mundo que não preciso provar mais nada pra ninguém. Nada além do que já foi provado. E conquistar cada vez maior espaço. Disseminando minha verve fulgurante e explodindo a minha dissonância ao sabor dos ventos, agregando-me às mentes abertas. Mesclando idéias e conceitos por força da maleabilidade poética. Característica supravital da poesia, que é modelada na visão de quem a escreve para encaixar-se na vida de quem a lê. Pluralidade intelectual interpretativa.