"you don't choose the things you believe in, they choose you."

Minority Report (2002)

miércoles, julio 26, 2006

três pontos
Provocações...

E lá vem você outra vez com a sua conversa mole de sempre. Como se achasse que vai mesmo me convencer de que tudo não é exatamente igual ao que sempre foi. Como se realmente se importasse com o que vai ser de mim amanhã, depois que você for embora pra casa. Como se não fosse você a pensar sempre tudo, sempre mais, sempre demais, sempre mais do que é preciso. Às vezes eu prefiro aquela velha pose de mulher audaz, independente e auto-suficiente que me visitava tarde da noite com um xaveco meia-boca pra me levar pra cama, sair sorrateira ao raiar do sol e me ligar no dia seguinte com a cara mais besta de quem não viu nem sabe. Porque essa candura santa não lhe cai tão bem quando a gente já sabe no que tudo sempre vai dar. E esse teu doce já amargou e não tem mais graça desde que, ácido, deixou de ser virgem anos atrás. Você pode convencer o mundo e a lua de que essa conversa de “amor” lhe desagrada. De que meus beijos sem compromisso lhe bastam ao corpo tanto quanto à mente. Particularmente, nunca beijei uma mulher que não quisesse comer. A gente sabe... E na verdade você não precisa de trotes. Axiomas à parte, já passamos dessa fase. Quando quiser aparecer não me ligue mais. Só toque a cigarra e traga o vinho de sempre.