jueves, mayo 25, 2006
angel of silence: dois anos
miércoles, mayo 17, 2006
três pontos
na arquitetura de um paliativo
lunes, mayo 08, 2006
divagar impreciso
noite de domingo
viernes, mayo 05, 2006
três pontos
Talking About
(ou talvez por não encontrar inspiração no que me é cotidiano)
Falo da maldade humana por acreditar que não exista ser vivo mais egoísta e incapaz de disseminar a bondade do que estes mamíferos que caminham eretos sobre a superfície há poucos milhões de anos e já se sentem donos de tudo
(ou talvez por acreditar que falar de caridade e boas ações não me daria tanto ibope)
Falo do meu ódio às injustiças porque não acredito que alimentar este ódio em meu peito vá realmente me fazer algum mal físico
(ou talvez por medo de confessar amor pelas pessoas a minha volta)
Falo de mentiras e traições porque não acredito em fidelidade e nem na sinceridade das pessoas e suas relações de troca e interesse
(ou talvez para não parecer fraco ao ser sincero com as pessoas que gosto)
Falo de amores que nunca tive por falta de alguém de verdade para amar
(ou porque ninguém acreditaria nas histórias fantásticas dos amores que realmente vivi)
martes, mayo 02, 2006
três pontos
Números
Hora levado pelo vento, hora montado na imaginação, muitas vezes na inspiradora vontade de ser livre.
Outras sendo guiado pela minha geométrica percepção do mundo a minha volta, fortemente distorcida pela sua influência.
Cavalgo a esmo pelo deserto de recordações suas, contando aquelas que permanecem comigo.
Conto as horas que passo ao lado do telefone a espera de uma ligação.
Me perco em meio aos meus dedos enquanto a conta trafega para o infinito.
Estouro o número de bits a que tenho direito em meu corpo e recomeço a contagem.
Desisto, já perdidas as vezes em que voltei de dez a zero em menos de uma semana.
Percorro a agenda do celular tocando em um punhado de números que me trariam você.
Casa, celular, trabalho, escola, amigas, vizinha, mãe... um amontoado de códigos anexados a um nome que, não parece, mas fazem todo o sentido para mim.
Recolho notas de compra, de contas, de ligações infrutíferas, de gastos de meu tempo vão,
que perdeu a linearidade dias atrás, quando passou a caminhar a esmo seguindo memórias sem data, sem relógio, sem direção.
Circulo por caminhos já atravessados e tempos já idos, recolhendo os cacos de meu ego desfragmentado, deixados como trilhas intermináveis ao longo dos caminhos que me levaram a você.
Frações de um ser incompleto que você rejeitou enquanto descascava minha mente diluída.
Me moldando, me formatando, me arredondando. Apenas para facilitar os cálculos.
Recomponho-me em meio aquele punhado de nomes e números codificados em um pequeno e apertado display.
Anoto, calculo, reconto os beijos que te dei, o número vezes que te toquei, as partes de teu corpo que acariciei.
Quantas palavras trocadas, quantas promessas quebradas, quantas noites vividas, quantas manhãs interrompidas.
Flashes de memórias que me torturam com os pensamentos errantes que percorrem os labirintos de minha mente.
Números números números...
por que penso tão melhor em meio a criptografia dos teus números?
Números são apenas números...
e os números são sempre tão frios...