"you don't choose the things you believe in, they choose you."

Minority Report (2002)

lunes, julio 03, 2006

na teia da aranha
Ronaldin e o gênio da frança

Apesar de tudo o que se diga, e de todas as críticas, ninguém em território nacional, nem mesmo eu, estava torcendo pela França no jogo do último sábado. O torcedor brasileiro é irracional e acredita sempre, mesmo contra todas as lógicas e problemas. Mas, justiça seja feita, saiu barato a derrota do time de Parreira que, mesmo com o auxílio providencial da arbitragem, não foi capaz de defender o título de campeão mundial. Ao contrário da França, essa sim, que entrou em campo como se ainda defendesse um título que já não mais era seu. Um a zero, fora o baile! Pena que a apatia do time (de) amarelo tende a criar culpas, desculpas e bodes-expiatórios, tirando o brilho daqueles que foram, realmente, melhores em campo. Num jogo em que fica clara a diferença entre um craque (aquele que consegue ser realmente surpreendente em seus melhores dias), que o Brasil tem muitos; e um gênio (aquele que faz o impensável, mesmo em seus dias ruins), que a França tem um: Zinedine ‘Zizou’ Zidane. Ou, como se referiu Pelé (o próprio. brasileiro e atleta do século XX), o “mágico” Zidane. Um dos jogadores mais injustiçados pela história do futebol brasileiro. Pois merecia, depois da Copa de 98, ser tão odiado pelos brasileiros quanto Paolo Rossi, mas não é. Por que a torcida preferiu distribuir a culpa entre Ronaldo, Zagallo, a Nike e etc. Mas os deuses da bola, caprichosos, lhe deram uma segunda chance. E tava na cara que o Brasil, do técnico que diz que “show é ganhar”, do jeito que vinha não ia longe. Não quando se deparasse com uma equipe de qualidade de verdade, ao contrário daquelas que o sorteio pôs em seu caminho fácil até às quartas. A França jogou bem e venceu. O Brasil ficou sem show e sem taça (que nos sirva de alguma forma como lição). E Zidane, se justiça for feita, receberá o privilégio de ser o novo alvo do ódio irracional que o brasileiro reserva apenas às grandes pedras nos seus sapatos, como Rossi, Maradona e até mesmo o efêmero Ghiggia. Então, assim como aconteceu por 24 anos entre 1970 e 1994, a vida continua. E acredite, será a mesma para todos nós, ainda com a derrota da Seleção. Assim como, aliás, também o seria mesmo no caso de sua vitória. E na Alemanha, a Copa continua. Agora sem o Brasil. Allez, les bleus!