"you don't choose the things you believe in, they choose you."

Minority Report (2002)

miércoles, octubre 06, 2004

três x quatro
Polaroid em fim de noite

Agora você me pegou. Falar de mim mesmo? Não tenho muito que dizer, por isso acho difícil, mas vou tentar. Bom, sou difícil de se lidar, menos quando coopero. Acompanhado odeio multidões, prefiro um DVD e pipoca. Solteiro, não tenho limites, estou sempre no meio da muvuca. Fazendo parte dela, sendo engolido, tragado por ela. E me alimentando dela e de quem estiver no mesmo barco. Por outro lado não confio nas pessoas. Tenho poucos amigos, pessoas de extrema confiança, pelas quais tenho grande consideração. Não sou de permitir aproximações facilmente. Tenho uma certa dificuldade em lidar com gente. Odeio multidões. Odeio filas também... ah, e como odeio. Acredito no respeito mútuo e na sinceridade como base primordial de todas as relações, seja de amizade ou qualquer outra coisa. Gosto de ser original e não me prender a modelos. Criei alguns dogmas durante a adolescência porque já tinha quebrado todos os que não eram meus, eles já foram todos quebrados novamente depois de adulto. Não, eu não me considero adulto, mas já com vinte e poucos na cara não dá para me dizer adolescente. Defino-me como pós-adolescente. Sou teimoso ao extremo, exagerado em todas as horas, persistente e insistente com tudo que quero, desde que dependa apenas de mim. Tenho uma enorme dificuldade em depender da vontade alheia, seja para o que for. Aliás, detesto sob todas as formas não ter o controle das situações, quero sempre estar no comando. Em relacionamentos não se pode controlar nada, é verdade... nesses casos me contento em ter total ciência e consciência de tudo, é o mínimo que espero. Costumo ser repetitivo às vezes, me valho freqüentemente de frases feitas, feitas por mim geralmente, e recorro muito aos meus próprios clichês e axiomas. Vivo em constante conflito internamente entre ser original e ser uma cópia, um clone de mim mesmo. Mais um clichê. Evoco palavras que já foram ditas sempre que escrevo para diversos você’s e ela’s, personagens incidentais das histórias de minha busca incessante por um único eu submerso. Utilizo-me de meus erros, aprendo com eles e recaio sempre em estratégias reaproveitadas para conseguir o que quero. Adoro esportes, jogo basquete, amo música, toco guitarra, sou viciado em revistas em quadrinhos e escrevo minhas próprias canções. Meu sonho é ter uma banda de rock para nunca mais ter de trabalhar na vida. Ah! Costumo ouvir vozes e ter idéias malucas de vez em quando. Sou esquizofrênico e maníaco depressivo com sérias tendências suicidas. Mas extremamente covarde: morro de medo da morte e é isso que me mantém vivo. O que é isso no meu copo? Olha, quando cheguei aqui depois do trabalho há sete horas atrás era cerveja. Agora eu confesso que não tenho nem mesmo certeza de que esse copo seja mesmo meu. Mas acho que você tem razão, eu realmente não estou em condições de voltar pra casa sozinho. Você me leva então?